terça-feira, outubro 17, 2006

Pontos de Vista...

As Greves são estúpidas, incoerentes e inúteis, quando realizadas sem consiciência, espirito reflexivo e percepção a médio e longo prazo.
A frase anterior pode, à primeira vista ser forte e paradigmática, mas expõe um pensamento próprio, muito próprio, que é resultado daquilo que eu observo, analiso e perspectivo. Não me quero alongar no assunto, mas para mim é estranho que um sindicato de professores tenha nas suas fileiras mais de 90% de individuos que não leccionam há mais de 15 anos numa escola. Eu que sou um acérrimo defensor do treino especifico de jogo durante a semana, para que o jogo de futebol ao fim de semana tenha sucesso, não poderia deixar de me manifestar. Se a ideia é lutar por melhores condições na escola, não era melhor primeiro, experienciar a realidade actual daquilo que existe na escola, sobretudo na real acepção da palavra: professor? Hoje dia17 de Outubro, uma das escolas de 1º ciclo a que dou aulas, fez greve...e eu tive de fazer obrigatóriamente greve...sabem porquê? Porque quem fez greve não foram os professores, foi a escola, e os alunos foram avisados com antecedência que não haveria aulas...Mas eu tenho que fazer greve porquê?
A palavra reforma está na minha opnião, a ser muito bem empregue e credibilizada por este governo. Quem não percebe a reforma a médio e longo prazo, não percebe a realidade do país nos vários quadrantes da sociedade, da vida dos portugueses, habitantes do mundo, em que não vivem apenas portugueses!! Cingindo me apenas à educação, digo que os professores que vivem com mais medo e receio estas medidas, são professores que não conseguem descortinar o seu valor enquanto profissionais. A docência era uma , talvez a única actividade, em que o que contava para ganhar mais dinheiro, não era o facto de se ser competente ou não, era simplesmente o critério da quantidade... Vamos ver: este caso metafóricamente falando retrata-se com os carris do comboio. O comboio era atestado no ínicio da viagem, e consoante os caminhos que queria ir, em vez de parar em cada estação para atestar ou acertar problemas de passageiros ou mecÂnicos, o mesmo nunca parava de andar e se não houvesse carris, o comboio continuava a andar, tendo de se construir carris à pressa e sem lógica de construção. Construía-se porque simplesmente o comboio tinha de continuar a andar... Já foi dito várias vezes: os professores não são parte do problema, são sim um agente de ensino muito importante, que é "importante" credibilizar ainda mais perante todos para que os alunos saiam beneficiados. Não me venham dizer que a maioria destes professores " grevistas", não são aqueles que vão para as aulas, dão as aulas e já está...não se preocupam com a lógica do ano, não têm atenção à evolução das novas (re)formas de aprendizagem?
A escola pública provém de duas origens: americana e francesa, as duas com razões de criação diferentes. Já lá vão alguns séculos. Na actualidade em Portugal, a escola pública quer-se forte, dinâmica, capaz de responder aos problemas não só actuais , como também futuros. Não se pretende uma escola que responda a problemas antigos. Em todas as actividades , os profissionais são avaliados, porque não haveriam de o ser os docentes? Os modelos de avaliação propostos pelo governos não são ainda perfeitos, no entanto estão a ser iniciados os processos necessários para se caminhar num sentido com objetcivo. Na nossa actividade profissional não conseguimos ser perfeitos, nem nas outras areas da nossa vida, mas há que entender , ou pelo menos tentar perceber os efeitos destas medidas não só em nós próprios , como também em todo o país.
Outros assuntos se seguirão.

Ps: ainda bem que há liberdade de expressão neste país...às vezes!!!!

Beijo e abraço (7)

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito inteligente, sim sr! Como só tu, :P
É sempre bom ler pontos de vista...Uma das coisas que senti falta na minha curta estadia fora! De quem use o cérebro... daí ser bom ler-te!
Continua e... devias escrever mais frequentemente!
M.